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"O gênio e a natureza fizeram uma aliança eterna: o que o primeiro promete, a segunda certamente realiza".
(Friedrich von Schiller)

sexta-feira, 25 de março de 2011

Varanda improvisada

A dois passos da varanda improvisada,
Projeto, no horizonte, pura vista a farto mar
Em cuja calmaria, devaneios e risadas
Intercalam sua essência em próprio luxo e sibilar.

Há dois dias, não dormia
E, no entanto, não havia-me entregado à eternidade do segundo
À clareza que meus sonhos torna em cálculo fecundo.
Estou aberto ao irrisório semear de mais um dia.

Merecido se diria meu descanso,
Depressivo se faria novo canto.
Em vida, pois, separam-se as pálpebras do tempo:
Nada inexistente se assemelha ao que não vemos.

Mereço algumas horas ao compor de meus sonetos
(Peço-me somente que, de meu amor, jamais me afaste)
Goiabas em olfatos — meus delírios em seu rumo obsoleto
A que me apego à esperança de, à escrita, ter com artes.

Matadouro

Ida ao matadouro
Pútrido momento em que, por futuro, não se escolhe.
Dera-me ainda fosse algum presente duradouro
Entretanto, é por passado que se luta em plena sorte.

Condição seria?
É certeza cereber do próximo Sol com vida?

Alastram-se os eixos,
Confundem-se com as cúpulas e abóbadas do tempo
Um eu sincero, agora incerto, não se arrisca a viver —
É cansativa a eloquente tentativa pela espera de uma vez.

Por fim, que haja, aos raios da manhã, nova esperança
Que o Sol se enobreça e, aos meus pés, diga bom dia
Sem que deste quadro ao horizonte haja inversões, quaisquer façanhas.
(Buscai, ventos diversos, velho mar sem rebeldia!)