Seja bem-vindo!

"O gênio e a natureza fizeram uma aliança eterna: o que o primeiro promete, a segunda certamente realiza".
(Friedrich von Schiller)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

5 meses "oficiais"!

Cidade de São Paulo...
O ano era 2010.
Quanto ao dia, um simples 28 de maio, como eram todos os quaisquer...

"Foi quase uma senha pra te tocar
Nem foi um sorriso, foi um sinal"

Dia típico, até se tornar utópico. Uma carta lhe pedia em namoro. E você dava sua mão àquela carta; jurava amores a ela.
Eu a tinha escrito.

A vergonha se travestia de criatividade e dava asas à imaginação de um garoto que "não resiste aos seus mistérios". E ela fazia jus a cada esforço: voava como o garoto em direção ao coração de sua amada.

"E quem vai me levar
Entre as estrelas, quem vai fazer
Toda manhã me cobrir de luz?
Quem, além de você?

Ninguém tem razão, tenta me entender
E a gente é maior que qualquer razão..."

O garoto pulava de alegria há cinco meses. Era sua primeira namorada! E mal sabia ele que seria o amor de sua vida (mentira... ele sabia sim!).

Larissa, entrelaçados à stória que criamos diariamente, e agora, com a borzinha e o bebezinho a chegar, tudo será perfeito!

AMO QUE AMO!!!
5 MESES "OFICIAIS"!
Thank you for existing!!!

5 meses de sorriso

No país da ladroagem, dos holofotes e da eminente homofobia, quando tudo parece estar errado (não que não esteja), alguém surge e dá sentido a meus dias.
Enquanto as igrejas retiram do papel e trazem forma a seus estádios, enquanto o templo a sediar a Copa se encontra em lugar errado, um casal de namorados valsa ao som de Bandolins.

"Ela teimou
E enfrentou o mundo
Se rodopiando
Ao som dos bandolins..."¹

No entanto, a conotação felizmente é controversa, pois o amor tecido, a ser narrado, só dá certo, sejam quais forem as paredes intransponíveis. Afinal, se nem mesmo o mapa do Brasil foi capaz de nos deter, por que alguém acha que o mapa da São Paulo o faria?

Acordo atrasado para este 15 de outubro, em parte por ter ido dormir já com o raiar do hoje. À descida da rua em que resido, ouço a música de Nando Reis, "Pra você guardei o amor", interpretada pelo mesmo com a cantora Ana Cañas. Nossa trilha sonora. A mais autêntica.
Músicas da Céu (Bubuia e Lenda)...
Piano Bar...
Misunderstood...

É magistral. Atemporal. É sobrenatural! O que sentimos um pelo outro é inexplicável. Pra quê tentar traduzir o intraduzível? Na minha opinião, tudo é intraduzível, embora o sejamos ainda mais. Alguns dizem que é loucura. Outros, obsessão. Alguns rotulam como insanidade. Não vejo a hora de te ver...
Conforme reza a tradição, a me abrigar, a camiseta marrom do Jimmy Page — à mesma condição, o par de All Star marrom que fortalece meus andares.
E falar com esses olhos é virtude. Da qual não há paridade.

Cada cena se refaz em minha mente desde aquele "dia especial", em que "Alguém me ofereceu a mão e não pediu mais nada em troca".*

"Eu sei,
Não é sempre que a gente encontra alguém
Que faça bem,
Que nos leve desse temporal.

"O amor é maior que tudo,
Do que todos
Até a dor
Se vai quando o olhar é natural.

"Sonhei
Que as pessoas eram boas em um mundo de amor
E acordei
Nesse mundo marginal..."*

A Larissa é tão especial... Ela me faz jogar contextos de protesto dentro de canções de amor, dentro do assunto amor. O leque é aberto pela mulher de mente aberta que possui meu coração. Ela salva tudo!

"Mas te vejo e sinto o brilho desse olhar
Hmmm...
Que me acalma e me traz força pra encarar
Tudo..."*

Agora, que assuma a primeira pessoa!


Finalmente, deixo aqui amor um trecho da música "Sorriso", do Línox, por eu sentir o que está lá. Desde o quinze-de-maio-de-dois-mil-e-dez, dia em que meu tato sentia seu amor por mim. Eu era finalmente correspondido! Ser amado era normal? De fato, o divisor de águas — chamado Larissa (Não! Não somente o divisor — e sim as próprias águas).
Eu era um rio sem águas. Havia sentido nisso!?

Minha "loucura" se estende a tudo: visto sua roupa, só para evitar que o seu cheiro se afaste de mim durante o dia todo.

"E hoje não me vejo
Sem teu cheiro junto ao meu
Sou seu.

"E antes que eu soubesse,
Nossa stória se escreveu
Você e eu..."²

Amor, geramos uma vida! Agora somos quatro! A um mês de meio ano. Já! Quanto tempo passou... E o quinze-de-maio-de-dois-mil-e-dez eternizado em nossos corações... Amo nosso amor. Não me arrependo. E parece que foi ontem. Reli cada palavra que disseste a mim desde então; cada palavra que dirigi a ti; Cada fotografia; Cada sorriso. E eu te amo! Nossa... parece que foi ontem... E nossa insegurança fora esquecida em casa. Nos amamos! Nos aquecemos!

Dormi numa calçada de uma "stória" sem igual...

Amo estes 5 meses, pois eles me deram uma família!
Conte comigo, água!!!

Com amor e carinho,
O namorado + feliz do mundo por ter a melhor namorada do mundo!

NOTA:
*. Música "Dia Especial". Cidadão Quem. Composição: Duca Leindecker.
1. Música "Bandolins". Oswaldo Montenegro. Composição: Oswaldo Montenegro.
2. Música "Sorriso". Línox. Composição: Línox.


P.S.: E a quem acha que falar de amor e de namoro é besteira, leviano e desimportante:
I. Receba meu desprezo, pois você não mudará em nada minha vida, muito menos o que sinto;
II. Notou que citei "de amor E de namoro", não é? Pois bem, caso um dia você consiga aliar as duas coisas, certamente escreverá em seu Blog ou em algum lugar, nem que seja às paredes de sua gruta. Afinal, amor e namoro infelizmente não possuem sinonímia;
III. Garanto que você não ama.
IV. Caso tenha saudades dos artigos de opinião que costumava ler em minha página, por favor peça ao mundo que seja palco de algo importante, e não mais protagonize os fiascos em que vivemos ultimamente.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Alienação

(Lições adquiridas do lado de Lá)

Eu quero ser bocado a mais alienado
Para concordar com os costumes deste mundo,
Para concordar com os conformes absurdos
Que os povos criam de braços cruzados.

Seria tudo tão perfeito, acolhedor...
Ver a dor de alguém que chora e recusar
Estender a minha mão a auxiliar
Por cada passo infinito, especulado ao corredor.

Vivamos nossos sonhos sem a dor compartilhada.
Ao entrar do assaltante, esconderijo sob a escada
Do qual nos orgulhamos — bela sala de cinema —,
Bem melhor que a ousadia de compor algum poema.

Que vençamos ao alento do luar,
Ao compasso de um sonho, à certeza do olhar
Revigorante, vigorado, contra súplicas do tempo
A nos prenderem num só quarto — isolamento à voz do vento.

Será melhor cuidar?
(Sim, de fato!)
Haverá alternativas competentes ao remar
Contra correntes de intempéries — confiemos no olfato!

Passar pelo mendigo e se portar despreocupado
É o começo postural do cidadão alienado
Que, no dinheiro, vê começo e fim; não meio
A se manter pelas pessoas, pelo espelho.

Prosa e verso

"Everyday" —
Palavra totalmente defendida por tua garra,
Sobre a qual os nossos dias cristalizam
Quaisquer formas de energias relutantes à estrada.

Disseste a mim que rezasse
Por motivo algum, ou mágica qualquer
Da qual, por bons momentos, te afastaste —
A decidir pelo destino, um mal-me-quer.

Por qual motivo?
Admito a razão de tua fúria,
Mas pensei que a razão não fosse o dito;
Pensei que a loucura fosse o rito
Em que jogamos nossas cinzas ao mar de rosas
A molhar alguma praia de uma prosa.

Prosa e verso ao te ver
E a vontade de esquecer
Que fomos juntos e brigamos algum dia...

Prosa e verso ao te querer,
Ao telefone, ao saber
Que somos fortes, construímos uma vida.

O telefone a tocar
Enquanto as mágoas que nutrimos no passado
Retornarão cada qual a seu lugar
Por incentivo à permanência do abstrato.

Coração alerta

Três quartos de hora:
O telefone não é mais a minha meta,
Visto que não sou o foco deste
A promover, das agonias, mais sincera.

A íntegra de um poema
A esclarecer a noite amena
A cada cubo de energia fornecida pelo Sol
À luz do dia que me viu andando só.

Seja qualquer hora,
Sem teu coração comigo,
Há uma viga de silêncio
A endereçar cada resquício
De dor e solidão por sempre certas
A me fazerem ter com medos; com meu coração alerta.

Transeuntes se acidentam no transporte público
Enquanto eu me acidento ao bater do coração.
Aos momentos maus, impuros, o teu sempre único
Haverá de ter comigo ao romper da solidão.

Sejamos bons, infames, ao romper da solidão...
Sejamos bons, infames, ao bater do coração...

Ironias subdivisíveis

(Neil Peart me entenderia...)

Ironias subdivisíveis —
Passo hoje sem qualquer centavo em bolso e mãos
Em frente à padaria em que quinta-feira troquei uma nota de cinquenta.
O sábado de hoje assiste à minha dor — decepção —
Por não ter cores em meu bolso, em minha bolsa, na carteira.

"Que percas cada sonho!",
Bradara a vida ontem mesmo a mim,
Enquanto ouvir "Não vá embora"¹ não parece mais ter fim.
É bom se apaixonar quando existe a recíproca
(Não só quando se conta com a mesma entendida).

E a cada estação da qual o trem se despede,
Eu me lembro dos momentos em que me abandonaste.
E a cada estação à qual o trem brada "Bom dia!",
O amor inutilmente aumentará minha tristeza por confins desta cidade.

Ó, vida!
Deixa que eu viva!
(Nem que seja só pra te viver...)

As pesquisas desses dias associam a felicidade ao dinheiro.
Quase todo mundo as denuncia.
Estariam tão erradas assim?
Fica sem e experimenta ter, no sonho, um pesadelo
Ao qual qualquer insano renuncia.
Estaria tal visão, de todo, tão errada assim?

Que a sonoridade me abandone e tenha garras com passados
Responsáveis pelas preces que o futuro ora errado.

(Ironias subdivisíveis...)



NOTA:
1. Música "Não vá embora". Composição: Marisa Monte.

Normal

Ainda mais, essa...
Agora, se tornou normal tu me largares
E me condenares aos olhares
De quem não suporta este besouro de Antares.

Por que citaram segurança?
Por que me ensinaste a ler livros
Se, hoje, tu te importas com o luxo da T.V.?

Por que me intrometi co'a esperança
Se, de morta, esboçara o que é destino
E escapara às garras de um bravo ser?

Ainda mais, essa...
Agora, é normal tu me largares.
Corre e torce a que eu não faça o mesmo,
Pois vontade não me falta — há receio.

Espero que, um dia, tu aprendas a mudar
(A não criar subterfúgios...)
Espero que, um dia, tu te ensines a mudar
(A resgatar o meu refúgio...)

Enquanto falam do Terceiro mundo,
Alio a eles esta raiva de um sujo moribundo
Afim de, ao silêncio, enlouquecer
Pela maldita chuva que nos faz retroceder.

Passei ao lado de um lugar que era nosso.
(Passei agora mesmo)
Entendi, de vez por todas, que largaste de propósito
Um bom espelho.

Um mau remédio
Que não ouço;
Um mau remédio
Em meu pescoço.

Meia-hora

Passara-se a simples meia-hora
E eu não sei aonde irás.
O mundo a cair à minha volta
E eu não posso mais voar.

As asas do dissimulado estão ao chão
Enquanto, ao segundo céu, se fantasia
Ao passo que sua dama não o quer à sua vida —
O motivo pelo qual agora chora à extrema unção.

Milhões lutam e decidem o destino do País
E nossos passos, tão perdidos, não encontram um só chão.
Eu preferia ter contigo a beber o chimarrão
Em vez do inferno que se ergue a apresentar-me uma raiz.

Eu me ergo em desespero a mudar-me de endereço
A cada praça que oferece um falso apreço.
Em meio às chuvas que se fazem adereços
E à saudade das carícias de que nunca mais me esqueço.

Talvez, agora, tenhas visto nosso fruto —
Verdadeira proibição que vem ao mundo.
Abstenhamo-nos do ódio; precisamos nos unir.
Terás e abrir mão de teu orgulho e me ouvir.

Quando digo que não ouças ninguém,
Quando mostro que procuro ser alguém.

A velar por ministrar meu jeito,
Haverei de proteger teu gênio,
Haverei de melhorar por ti.

Nem só de reclamações se satisfaz o apontador.
Aponto o dedo...
Pra não ter que apontar um novo lápis...
Nem só de críticas se faz o crítico,
Nem só de argumentos se abastece o escritor,
De nada vale minha vida sem que tenha o teu amor.

Meu emprego indecente haverá de nos manter
E tua boca, sempre ardente, haverá de me acolher,
Pois eu sei que nunca fui o herói perfeito
E, se pudesse, refaria meus preceitos.

Se houver chance de te ver,
Darei a atenção e o carinho que as chuvas dão ao mundo,
Viverei a profissão e as alegrias de um sonho tão profundo
Em que me ergo, sigo em frente, abro as portas de um mundo.

Sagrado sono

(Sagrado sono...)
Em que milhares se abrigam —
Sejam homens ou raposas,
Vagalume, lampião.

(Sagrado sono...)
Invasor à correria
Entre vespas, mariposas —
Morte súbita do chão.

Algo vil, boçal, excêntrico
Que hoje nos impede de sonhar
Enquanto o guardião aqui, de letras — sempre atento —,
É traído por destinos que nem mesmo roubam o ar.

É burrice transformar o benefício em doença.
A mesma fita que estrangula poderia ser usada como laço,
Mas aquele gajo alternativo que ainda pensa
É tratado por bandido por ser certo em ser errado.

Que o quadro torto continue a se quebrar
(Espero que, quando desta quebra, não mais estejas dentro dele)...
Dormirás enquanto sofro por sonhar.

O que houve? Eu perdi a graça?
As noites já não trazem nossos dias?
Fazes com que a chama do amor fique às traças
Quando o bom sempre seria o inverso — eis a vida...
Melhor que eu seja, pois, sincero... E me demita!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Avalanche

"O Led Zeppelin na tua camiseta
Um planeta na tua cama
A Katy Perry escrita a lápis
Eternidades da semana..."

Ao som do nome que me lembra uma máquina,
Pelo teu cheiro, eu navego em Universos
Existentes em meus sonhos — e reajo em debandada
Pelos beijos que desejo, pelo amor que sempre espero.

Embora eu saiba que cumpres nobre das missões,
Imploro por tua vinda à minha vida, às sensações
De carinho e proteção, a imaginar-te aqui por perto.
Em paz, te entrego o coração deste garoto tão sincero.

E a saudade me promove uma avalanche de emoções.
Por mais que eu queira, por mais que eu te sinta,
Tenta, com todo o teu esforço, o cumprimento das missões
Que te torna especial, sensacional — uma mulher tão querida.

Meu rosto se umedece a se esfriar pela ausência
Do alguém que, a cada instante, me fornece um novo dia;
Do alguém que há de se orgulhar da excelência
Do dissimulado que vos fala à luz do dia.

Extrema falta de algum ar que me maltrata.
A segurança é nota zero no quesito humanismo...
Ao menos, tens mesmas ideias e te igualas
À minha vida. Sinto falta. Quero colo — e um sorriso.

Calau

Vi um calau na camiseta de um gajo
Enquanto torço pela vida, à esquerda do estágio
Em que me encontro arrependido por te deixar à tua Lapa,
Ao dirigir-me ao bom ofício em que fomento nossa estrada.

Calau que remetera à minha infância,
Quaisquer formas de desejos e esperanças
Entre mares e espelhos de bravura e coração,
Ardente às curvas de tua chama — tuas fúrias em paixão.

Conforme consta em certo canto, há marqueses em Calais.
Em prol de minha dama, canto — a argumentar aos tribunais.

Já deves ter chegado à tua Lapa —
E eu estive, por minutos, enganado.
E, por segundo, me mantive inabalável
Até que o frio de tua ausência me prendera às palavras.

Deixa que eu seja o sangue deste teu pulsar
Ilimitado, intangível, decisivo ao paladar
E aos deleites do garoto que se posta
Ao som de um novo telefone que ao amor se faz de rota.

Salve nossa trajetória! — Que a tracemos livremente.
Salve os ares da "stória" que tecemos ricamente
A cada beijo, a cada despedia;
A cada lampejo dado pelo amor aos nossos dias.

Conforme consta em certo canto, há marqueses em Calais.
Em prol de minha dama, canto — a argumentar aos tribunais.

Campainha

Mineiros finalmente resgatados
Após dois meses de tragédia em pleno Chile,
Enquanto a vida que nos cria de bom grado,
Remonta origens ao repúdio do desfile
Segregado por segregar.
O valor ao homem vencerá!

O mundo retomando a auto-estima,
Meu eu desmoronando por você.
O corpo do horizonte — ardor do clima —,
Apaixonado pelos ventos do nascer.

Mas a despedida é tão doída...

A cada toque dado pela campainha
Penso ser você
Corro pr’ atender
E a decepção toma conta do meu ser.

Cadê você que não atende ao meu chamado?
Não entendo seu estar certo tão errado.
Nem mesmo o seu transporte retornara
Transportando sua vida à minha fala.

Olho o tempo todo às janelas —
Real e artificial —
Cadê você que não atende ao meu chamado?
Não entendo seu estar certo tão errado.

Liguei a algum lugar à esperança de notícias
Que obtive pela graça da vitória
Aterrissada em minha mente de conquistas
Em que gravo nossos passos pela “stória”.

E ao ligar à sua casa, fico envergonhado —
Desligo o telefone só por ser o namorado
Que acredita na mudança de um ser,
Que acredita na Justiça do saber.

Ergamos nossas mãos às nuvens negras
Separadas ao destino por cabeças
Alistadas a roubar algum sorriso
Das venturas de um moço tão menino.

Composições de primeira viagem —
Tão confiáveis quanto ausência de miragens...

Esperei você voltar...
Não entendo seu estar certo tão errado.
Cadê você que não atende ao meu chamado?
Nem mesmo o seu transporte retornara
Transportando sua vida à minha fala.

Percebo haver três vidas
Pulsando em meu interior
(Talvez quatro),
Enquanto o diagnóstico é estar ao seu dispor.

A cada toque dado pela campainha
Penso ser você
Corro pr’ atender
E a decepção toma conta do meu ser.

domingo, 10 de outubro de 2010

Minuano a Potengi

Os raios da manhã surgiam, tímidos, por entre os vidros de uma estação do metrô paulistano.
Meus raios da paixão floriram à espera, salientes, a buscar a nau de teus encantos.
Notei que nosso amor é velocista e vai do Minuano a Potengi,
Assim como a proeza do sorriso é caminhar, chegar a ti.

Aceitarei a vida como eu a quiser construir — a cada bloco ou rejunte —
Sim! Sou narcisista e quero lanche — salgadinho ou beirute —
Enquanto meus desejo e prepotência seguem, pares, sempre juntos
À mudança do passado em prol do máximo de um mundo.

Qual será a prosa a ser tecida pelos versos da canção?
Qual será a rota percorrida a fim de encontrar teu coração?
Tais questionamentos, entre outros, pela luz dos olhos me tornaram de vitórias
À solitude desta chuva que fornece, em seu fluxo, a memória.

Que eu me aconchegue aos braços teus que me aliviam.
Que eu me contamine aos lábios teus que me encaminham
A carregar tua paixão por mais que as luzes nos critiquem —
Encontrarás meu coração a cada esquina a que assistires...

Há mais saudade em minha mente que marés sob o luar.
Assim como às paredes, sem teus toques, a bradar,
Me solicito a cada instante por teu corpo — do qual tanto preciso —
A fim de me escorrer em teu calor, em teu amor — no qual me inspiro.

Do Minuano a Potengi é um grande laço — um grande alcance...
Nem tão homérico, gigante, como nosso amor — o enxame
De nossos beijos e carícias, a brindarem pelo mel da eternidade.
Fortaleçamos nossas vidas ao modelo do humanismo a arrebatar uma cidade.

Persistência

Tive uma prosa com desenhos,
Mas nada me retira desta luta
Em que me degladio a ter teu beijo no meu cenho,
Em que me cumprimento ao ter teu rosto à minha escuta.

Tive um novo tempo com desenhos,
Mas nada me retira da missão,
Por ser de meu desejo ouvir tua voz a cada vento,
Por ser de meu desejo ser tuas mãos e coração.

Avanço sem jamais retroceder —
O retrocesso é derrota!
Permito-me, ao ver o céu aparecer,
Voltar a cada abraço de uma época remota...

O som da música invade minhas veias,
À pele, à primazia de ter amor a cada instante...
Ao ouvir de cada passou teu,
Meu cabelo se despenteia.

Eu fico todo arrepiado
Ao ver a vida entre segundos sãos, restantes...
Ao ouvir de cada passou teu,
Atrair-te-ei ao lado meu.

Sem sentido

Por que ainda mantenho a esperança de te ver?
Eu te procuro novamente a cada esquina,
A cada banco que me aguenta —
Embora eu não seja pesado,
O meu sofrimento o é.

Qual é a graça em viver sem ter teu ser?
Sem tal grande objetivo, a alegria se extermina
A se perder sem o direito às ferramentas
Detentoras da reforma do passado —
A primavera não nos quer.

O "monta-tudo" se tornara incompleto,
Assim como o fizera a obra-prima
Sem o lançamento da pera fundamental.

O Novo Mundo se tornara semi-velho
Sem a luz da tua vida
Sobre a melodia desta marcha orquestral.

Eu até diria sentir frio,
Assim como diria estar doente,
Por não estares a me aquecer, a me curar.

Mas o que sinto é tão vazio...
Perdi cada sentido facilmente,
Por não estares a me aquecer, a me curar.

Vil Revolução

Ser passado pelo carro da desforra e dar "tchauzinho"
É o que demonstra a nossa insatisfação.
Ser tratado como idoso quando ainda se é menino
É o que garante a nossa vil revolução.

Ser passado pelo carro da pamonha e ser palhaço
É o que dá forma aos nossos versos da canção.
Quando se abre um coração que não dá bola nem pr'a dor nem pr'o cansaço
É o que indica se existe coração.

Eles nos fazem respirar todo o resto do tabaco
Infelizmente, nos drogamos com as cinzas do cigarro.

Ser cobrado por ter força e por ter sonhos
Mostra que a vida não é mole não
E quando abrimos os braços, assinamos contratos
O telefone nunca mais saiu do chão...

Eles nos fazem respirar todo o resto do tabaco
Infelizmente, nos drogamos com as cinzas do cigarro.

Sou metamorfo,
Coração perto da goela...
Sombra no escuro,
Exatidão, noite sincera.

Eles nos fazem respirar todo o resto do tabaco
Infelizmente, nos drogamos com as cinzas do cigarro.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Quadrangular

(Minha gratidão nesta resposta)

Enquanto ouço de azul, vermelho e espelho,
Você não faz questão de mudar.
Até me perco em velhos livros como um pobre percevejo
"O que é preciso ninguém precisa explicar..."¹

Meu nariz já denuncia
Que o amor, hoje, morreu,
Que o Sol, hoje, choveu,
Que alguém que se perdeu
Encontrará sua razão em seu lugar
Encontrará sua razão em seu lugar...

Decepcione-me mais uma vez
Relacione cada Lua a cada tez
E não esqueça que ainda amo você
E não esqueça que a coragem não tem vez.

Mas, por precaução, esperarei.
Por uma dívida, estarei nesta estação de trem
Até
Você chegar...
Até que a chuva se enlouqueça e mostre um mundo não-quadrangular.

Nunca mais quadrantes,
Nunca mais quadrangular.
Nunca mais "Mutantes",
Sempre um novo "trottoir".
E encaremos o futuro que nos mata
E percorramos os degraus sem a escada.

Mas é claro que você não volta
Por que eu iria duvidar?
O sacrifício é sempre meu — do idiota
Que largou a realidade pra sonhar.

Decepcione-me mais uma vez
Relacione cada Lua a cada tez
E não esqueça que ainda amo você
E não esqueça que a coragem não tem vez.


NOTA:
1. Música "Variações sobre um mesmo tema". Banda "Engenheiros do Hawaii". Composição: Humberto Gessinger e Augusto Licks.

Você já foi fã?


Você já foi fã?
Então, provavelmente você saiba o que eu estou sentindo. Não, não... Nem mesmo quem já foi fã sabe o que estou sentindo.

Estamos às 21 horas e 27 minutos do dia oito de outubro de dois mil e dez. Seria mais uma sexta-feira, se não fosse o fato ocorrido há exatos vinte minutos. A banda canadense de rock progressivo, Rush, iniciou seu show às 21 horas, segundo os indicadores e noticiários.
Sou fã absoluto desta banda e não estou no show. Vontade de chorar, tristeza, dor... Não sei se os poderei ver novamente, afinal já são 40 anos de estrada. Uma hora ou outra, a aposentadoria deste fantástico power trio chegará.
É triste perder a chance de ver minha banda favorita em ação, tendo em vista que o preço dos ingressos, em se tratando do Rush, estava muito bom.
O Rush é composto por três integrantes:

Geddy Lee — baixo e vocal;
Alex Lifeson — guitarra e backing vocal;
Neil Peart — bateria.

Resumidamente, o rock progressivo é uma tendência musical em que, não necessariamente, o peso prevalece. O importante — como indica o próprio nome — é o conteúdo da obra como um todo. Geralmente, as letras são narrativas — conta-se uma história/estória com um fundo musical, fazendo com que suas bases se vinculem ao lado intelectual. Outra grande característica do rock progressivo são as músicas longas. O Rush, por exemplo, tem músicas de dez, vinte minutos, todas elas compostas por temas.

Hoje é dos piores dias de minha vida...
Tristeza compartilhada por meu irmão caçula Marcos, detentor de uma linda camiseta do álbum Fly by Night.
O Sol, ironicamente, me dava bom dia por volta das seis horas da manhã, quando eu saía de minha casa ao trabalho. De modo muito sugestivo, comecei meu dia a ouvir a música Subdivisions, do Rush. O baterista Neil Peart é o letrista da banda, por ser também escritor com obras publicadas (quanto à melodia, cabe sempre a Lee e Lifeson), e nesta música, exalta a solidão de quem sofre com as subdivisões da sociedade.

"Subdivisions -
In the high school halls
In the shopping malls
Conform or be cast out

Subdivisions -
In the basement bars
In the backs of cars
Be cool or be cast out

Any escape might help to smooth
The unattractive truth
But the suburbs have no charms to soothe
The restless dreams of youth..."²

Hoje, vivi isso na prática.

Foi legal ouvir o programa O Pulo do Gato — na Rádio Bandeirantes AM —, o qual preenche minhas manhãs diariamente e conferir que seu apresentador, o grande jornalista José Paulo de Andrade, citara o show do Rush, além de fornecer um breve resumo acerca do rock progressivo, cujo conteúdo fora aproveitado às linhas tecidas há pouco no presente texto. O fundo musical do programa ficara por conta da música Tom Sawyer, maior hit da banda e tema de McGyver: Profissão Perigo.

A foto da presente postagem foi o conjunto de presentes que minha namorada Larissa me dera por ocasião do último Dia dos Namorados. Talvez somente entenda o que eu quero dizer. Como podem ver, a camiseta é com o pentagrama do Rush. Eu a usei o dia inteiro como tributo à banda, no intuito de, de alguma forma, participar do show, do meu jeito, mas estar com meu coração junto ao de meus ídolos. E ainda recebi de presente da Larissa o CD Retrospective I, também deles, que reúne todas as minhas músicas prediletas da trajetória da banda, entre elas, a melhor em minha opinião — La Villa Strangiato. Daqui a pouco, enquanto desenharei caricaturas, ficarei ouvindo este CD, da mesma forma que ouvi Rush hoje o dia inteiro em meu Mp3.

Meu grande amigo e irmão mais velho Lincoln Tavares está lá. Boa sorte!!!

Um dia, estarei lá!



NOTA

Tradução do trecho da Subdivisions:
Subdivisões –
Nas salas do colegial
Nos shoppings
Ajuste-se ou fique de fora

Subdivisões –
Nos porões dos bares
Nas traseiras dos carros
Seja bacana ou fique de fora

Qualquer fuga pode amenizar
A verdade pouco atraente
Mas os subúrbios não possuem charme para aliviar
Os sonhos inquietos da juventude...

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Da Primavera ao Verão

(Larissa Rainis/Caio Vini)

Ficar do seu lado é começar a primavera,
Onde as flores e raízes do amor se manifestam.
Ficar do seu lado é começar o verão
Onde o sol quente queima e arde nossos corpos em paixão.

Em minha boca, o saciar de meus desejos
De sua boca, ao desgastar de cada beijo.

Em meus dedos sua pele quente
Sua pele quente a queimar meus loucos devaneios.
A cada toque de sua língua, nasce um prazer diferente
Que me contagia e converte o azul do Oceano em vermelho.

Luxúria, desejo, vontade, toma-me
Em seus braços e me faz sua.
Vou te sentir e me fazer pelos teus toques
Que me abrem ao passeio ao teu corpo, a tuas curvas.

Tira meu fôlego sufocando meus desejos
Me deixando delirar em seu travesseiro.
Só de sentir a tua essência me arrepio,
Por quebrarmos meu passado rotineiro — Ah, como eu te quero!