Eu quero ser bocado a mais alienado
Para concordar com os costumes deste mundo,
Para concordar com os conformes absurdos
Que os povos criam de braços cruzados.
Seria tudo tão perfeito, acolhedor...
Ver a dor de alguém que chora e recusar
Estender a minha mão a auxiliar
Por cada passo infinito, especulado ao corredor.
Vivamos nossos sonhos sem a dor compartilhada.
Ao entrar do assaltante, esconderijo sob a escada
Do qual nos orgulhamos — bela sala de cinema —,
Bem melhor que a ousadia de compor algum poema.
Que vençamos ao alento do luar,
Ao compasso de um sonho, à certeza do olhar
Revigorante, vigorado, contra súplicas do tempo
A nos prenderem num só quarto — isolamento à voz do vento.
Será melhor cuidar?
(Sim, de fato!)
Haverá alternativas competentes ao remar
Contra correntes de intempéries — confiemos no olfato!
Passar pelo mendigo e se portar despreocupado
É o começo postural do cidadão alienado
Que, no dinheiro, vê começo e fim; não meio
A se manter pelas pessoas, pelo espelho.
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