Seja bem-vindo!

"O gênio e a natureza fizeram uma aliança eterna: o que o primeiro promete, a segunda certamente realiza".
(Friedrich von Schiller)

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Titãs & Marisa Monte - Flores

Esta música (nesta versão) me tem sido importante...

Capacete Vermelho

Nasceste para ser escravo...
Critica, pois, meu capacete!
Seu rubro lembra velho estrago
Exposto a certo palacete.

Exímio será o novo brado;
Epístolas, nosso estilete.
Ao vosso ser, trajai o artefato
Citado nos versos valentes.

As pálpebras de outrem aos prantos
Por forças despendidas — fartas —,
À cor do sangue, desenhemos.

E o mundo cederá em seu espanto.
Criar-se-á do direito em cascatas
Por ruas em que, hoje, vivemos.

Víboras

Vento sarcástico,
Tempo nefasto,
Hoje me inspiram:
Refeição em vísceras!

Qual é o poder?
Sob este ensaio,
Somente o haver
Da cor dos quadros.

Sejamos críticos,
Sejamos víboras...
Contrários! Marcos!

Contra o resquício
Quanto à magia,
Fábulas em fatos.

Soneto despótico

A esta casa tua próximo
O ímpeto, indício, às fases
Cuja mão furta olhares
Nesta écloga despótica.

Remetera-se o pensamento
Deste feto do amor a ti,
Encontraste a quem ver feliz —
Por tuas mãos, criamos bons momentos.

Métricas(,) serão as vozes,
Bélico será o fato,
O amor à luta contra o espaço.

Táticas vis, ferozes,
Cíclicas, a este quadro
Em que, pálido, enfim, infarto.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Solfejares de canários

Solfejares de canários.
Tempo à chuva, novos quadros:
Em que nasce a dominância arquitetada do viver.

Marchas triunfantes da manhã,
Marcas relutantes, estruturas relevantes do abrigo
A esta Terra projetado, entre as praias e o Nilo.

Do avião que hoje passa, alguém acena
A ver paisagens coloridas em lugar do vil sistema
A que se agrega a visão do pessimista
Condenado por suas águas a assistir à sua ilha.

Basta que enxerguemos a verdade
A bradar pela justiça, a ter com asas (liberdade!)
A porta está aberta ao disposto a progredir
Por sua fé em seu futuro, o horizonte a compartir.

A porta

Ecoa o silêncio
A esfomear o paladar.

Nem desta caneta chovem brotos de audácia,
Confinados pela mãe amedrontada com o parto
A ser tecido não somente como um quarto
E, sim, a água, o nutriente, a maresia às acácias.

A porta está trancada
Em seu equívoco, se vão meus sentimentos
A este solo impiedoso, o prantear ao firmamento
Pertencente a sua ação alavancada.

Vícios e figuras de linguagem indecentes
Dão a mim seus ares em momentos deprimentes
Coligados a adventos colossais deste meu ventre
Que é a palavra a mergulhar por minha mente.

Salvos estão meus lábios.
Intacto, por sua vez, está meu coração
Àquela dama, hoje sua dona, postulado
À incerteza do futuro, sublimado, em profusão.

Mar naufragado

É tudo tão complexo...
(Uma compreensão a atropelar o surreal...)
O mundo é desconexo
Em se tratando da magia cardeal.

Venço algum receio cuja fonte desconheço
A galopar por logradouro dos quais sempre me esqueço
Ainda assim, um pingo desta terra — meu bom sangue —
Há de responder às normas do passado conflitante.

Lembro-me de quem eu sou,
As mãos aos olhos, à sacada,
Sem jamais ter sido alguém.

Decifro o mapear em que estou:
Mar naufragado às escadas
Compassadas ao fulgor da ambigüidade que me tem.

Dessarte, a fome — espada — o fizera
Ao coração, à ilusão do emaranhado
De sentidos e aparências — molde a lascas de madeira
Rebuscado às florestas do passado emparelhado.

Mergulho

Tenho medo.

Todo o meu redor é consumido pelo escuro —
Negrume semelhante à tintura de meu sangue
Encontrado à amarga ponte do acaso ao absurdo
Em que repousam certos versos, hoje líricos, andantes.

Encontro-me, ao fim da noite, com um lago
(Tenho o frio a desenhar, à minha pele, tom queimado)
Congelados, em clamor, meus velhos ossos
Ao mundo, recém-chegados, autoproclamam-se meu fóssil.

Está tudo pesado.

Minhas costas não agüentam o ardor enregelado
Comparável à maneira nórdica de ser
A se recusar com nosso clima, ter contato.
Meus joelhos não agüentam o rumor do tal viver.

Mergulho minha face neste lago
Afogo-me às mágoas há tempos em naufrágio
A superfície, imaginária, é um licor a estes olhos
Concordantes à mestria da história de meu fóssil.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Pantera

Seja ao DNA do fóssil primitivo
Ou à gruta, à caverna,
Há fenômenos em meio aos quais não se alivia.

Rebusquemos, ó garoto, o sorriso.
Estudemos ares e costumes desta Terra —
Alemanha e Palestina.

Qual será a voz em nosso íntimo
A dizer que o tempo não mais nos espera
Em regozijo infalível da ironia?

O céu pesa e desaba sobre o Nilo,
Sob o mesmo, preferência, a pantera,
Em si, calcula a presa ontem perdida.

Quanto ao lápis tradutor do teu destino...

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Filosofia

Ó, meus bons amigos,
Habitantes desta Terra,
Sigamos nossa vã filosofia!

Esquivemo-nos do frio,
Abracemos causa aérea,
Enfim, fujamos do labor por alegria.

Seja o tom irônico imperativo,
Esqueçamo-nos de que existe atmosfera
Ao passo que o mundo provará nossa energia.

Em meio às honras disto,
Os pais perdem seus filhos —
Em seus corações, se dão novas crateras
A eternizarem o romper de uma magia.

Sabe, ó garoto inibido,
Que teu pai, a ti, por pouco não perdera
A ser veículo em que és a gasolina.

Medo (ou pavor) e arrepio
Ao anoitecer de uma cidade em primavera
O moveram rumo ao Sol de tua vida.