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"O gênio e a natureza fizeram uma aliança eterna: o que o primeiro promete, a segunda certamente realiza".
(Friedrich von Schiller)

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Antares

Morre em mim fusão de sentimentos,
Rica fibra, ação de meus momentos
Às bravias marés de maremotos
Que, da terra, extraem de simples votos.

Recolhera a relva seus altares,
Indicara, à vez, o céu, Antares.
Por meus olhos, versos se engajavam
Nesta nova, pura, ordem reatada.

Não restaram fórmulas do novo —
Assaltante brandamente em jogo,
Arquiteto, império, da verdade.

À fecunda, herege, realidade,
Se põem névoas, pérolas, vaidades
E, por estas, clamo meu sufoco.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Morfeu

Desiludo-me do livro antes crédulo no ser
No qual se recostavam minhas formas do viver
Em prol da revelada iminência do fluir
De vozes pelas veias inspiradas a ruir.

Seriam fogos de artifício a habilitada alegria?
Nela, se comportam, afinal, as orquestradas energias
Retirando-me do eixo de equilíbrio pelo mar — a porta aberta —,
A sonegar, da latitude, minhas mórficas arestas.

Ah, meu suicídio!
Por que, involuntário, não me oprimes?
Lânguidas têm sido tuas garras e origens...

Qual se tem tornado a relevância de meus dias
Se, por meus passos, há desonra em calmaria?
Há desfalque em demasia em meus conteres
Engajados neste pranto em que se fazem meus deveres.

Mórbido comício —
Reumatismo em meu pulsar do dia em vida —,
Em que se vulgariza minha insólita apatia.