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"O gênio e a natureza fizeram uma aliança eterna: o que o primeiro promete, a segunda certamente realiza".
(Friedrich von Schiller)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Ironias subdivisíveis

(Neil Peart me entenderia...)

Ironias subdivisíveis —
Passo hoje sem qualquer centavo em bolso e mãos
Em frente à padaria em que quinta-feira troquei uma nota de cinquenta.
O sábado de hoje assiste à minha dor — decepção —
Por não ter cores em meu bolso, em minha bolsa, na carteira.

"Que percas cada sonho!",
Bradara a vida ontem mesmo a mim,
Enquanto ouvir "Não vá embora"¹ não parece mais ter fim.
É bom se apaixonar quando existe a recíproca
(Não só quando se conta com a mesma entendida).

E a cada estação da qual o trem se despede,
Eu me lembro dos momentos em que me abandonaste.
E a cada estação à qual o trem brada "Bom dia!",
O amor inutilmente aumentará minha tristeza por confins desta cidade.

Ó, vida!
Deixa que eu viva!
(Nem que seja só pra te viver...)

As pesquisas desses dias associam a felicidade ao dinheiro.
Quase todo mundo as denuncia.
Estariam tão erradas assim?
Fica sem e experimenta ter, no sonho, um pesadelo
Ao qual qualquer insano renuncia.
Estaria tal visão, de todo, tão errada assim?

Que a sonoridade me abandone e tenha garras com passados
Responsáveis pelas preces que o futuro ora errado.

(Ironias subdivisíveis...)



NOTA:
1. Música "Não vá embora". Composição: Marisa Monte.

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