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"O gênio e a natureza fizeram uma aliança eterna: o que o primeiro promete, a segunda certamente realiza".
(Friedrich von Schiller)

terça-feira, 22 de junho de 2010

Assaltos e vuvunzelas

Sim! Fui assaltado...
Não! Não me machucaram...
Sim! Levaram minhas coisas...
Não! Não estou bem, embora esteja "bem"...

Domingo, dia 20 de junho, fui assaltado. Levaram meu celular, meu aparelho Mp3 player, um cartão de Bilhete Único e um cartão telefônico. Tentaram me ajudar, mas eu controlei a situação e disse que estava tudo bem e conhecia os dois assaltantes, a fim de evitar maiores problemas. Acontece que o assalto aconteceu em frente a uma DELEGACIA DE POLÍCIA, cujos funcionários não me pareceram dispostos a auxiliar prontamente, quando do boletim de ocorrência.

No entanto, pensando pelo lado positivo, restam dois saldos: alguém deve ter acordado na segunda-feira ouvindo o despertador de "O papa é pop" e o mesmo alguém deve já ter conseguido vender os aparelhos pra conseguir comer pelo menos...

Muitas pessoas me disseram para que eu agradecesse estar vivo, ileso e não ter saído de lá ferido ou até morto. De fato, fico contente com isso. Mas não acho que deva ser motivo de felicidade OU MESMO ALEGRIA perder as coisas e achar "normal" ou até mesmo "natural" somente estar vivo.

Pior ainda é o fato de minha namorada ter seu celular FURTADO na sexta-feira da semana que seguiu ao assalto... De qualquer forma, perdemos os nossos bens, mas isso apenas fortaleceu nossa convicção e nossa luta pelo nosso bem.

O grande historiador Caio Prado Júnior afirmava algo como o país precisar de uma revolução que fosse para "evoluir". Não quero aqui acrescer a "evoluir" um contexto discriminatório, mas progressivo.

Mais que qualquer coisa, precisamos mudar tudo isso. Fazer uma revolução. Nem que seja uma revolução silenciosa. Aquela que se inicia dentro de nós e, com olhares, palavras e ações que traduzem pensamentos, alterar drasticamente os quadros atuais. Segue uma música dos Engenheiros do Hawaii que muito tem a ver com o assunto.

No meio de tudo, você
(Humberto Gessinger)

Selva
A gente se acostuma a muito pouco
A gente fica achando que é demais
Quando chega encasa do trabalho
Quase vivo.

Selva
A gente se acostuma a muito pouco
A gente fica achando que é o máximo
Liberdade pra escolher
A cor da embalagem.

Nessa selva
A gente se acostuma a muito pouco
A gente fica achando que é normal
Entrar na fila, comprar ingresso
Pra levar porrada.

No meio de tudo, você
Me salva da selva
(Me salva da selva...)

Selva
A gente se acostuma a muito pouco
A gente fica achando que é demais
Um pouco de silêncio
Um copo de água pura.

Selva
A gente se acostuma a muito pouco
A gente fica achando que é o máximo
Se o cara mente,
Mas tem cara de honesto.

Nessa selva
A gente se acostuma a muito pouco
A gente fica achando que é normal
Finge que não vê, diz que não foi nada
E leva mais porrada.

No meio de tudo, você
Me salva da selva
(Me salva da selva...)

Falando em roubo, é lamentável o número de "roubalheiras" referentes à arbitragem no mundial de futebol, que vem acontecendo na África do Sul. De certa forma, o Brasil foi prejudicado por isso no jogo contra a Costa do Marfim, no qual os jogadores marfinenses utilizaram o cúmulo da sem-vergonhice e, com atitudes canalhas e descontidas, praticamente tentaram trucidar nossos atletas tupiniquins por meio de jogadas maldosas e violentas. Não houve sequer um minuto de paz naquele jogo. E pra piorar, quase que o Elano quebra a perna...
Inglaterra também se prejudicou de modo decisivo. O mesmo aconteceu com o México, que ficou totalmente desestruturado após o primeiro gol irregular da Argentina nas oitavas — por mais que o bandeira tenha sinalizado impedimento, que não foi aceito pelo juiz —, levando à vitória dos hermanos. Pior ainda foi a "solução" encontrada pela Fifa: proibir a exibição de replays nos telões dos estádios. Talvez não queiram "gerar confusão". Mas os árbitros podem continuar errando do mesmo jeito.

Por outro lado, é claro que as vuvunzelas da Copa do Mundo não poderiam passar despercebidas, principalmente em se tratando do meu blog (risos). Incrível como todos os objetos que eu sempre conheci por cornetas adotaram o nome vuvunzela repentinamente. O barulho delas também é esquisito. Será que estou ficando gagá?

A respeito das vuvunzelas, há uma máxima muito divertida solta por aí que em muito me agradou:


"Vuvunzelas são coisinhas coloridas que fazem um barulho irritante. Aqui no Brasil, isso é conhecido como Restart".



Brincadeiras à parte e sem preconceito musical nenhum, é gostoso o clima de Copa do Mundo. Só é vital que não se perca o foco de nada e não haja alienação que se utiliza da Copa como desculpa para existir, por mais que seja tendência.

Estou muito feliz pela forte classificação que os países latinos conquistaram na primeira fase.
Agora, nas quartas-de-final, de oito seleções classificadas, quatro são da América do Sul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai). É a "formação clássica" do Mercossul...

Agora, a seleção brasileira pega a Holanda e, desde o começo da Copa, estou torcendo pela Holanda. Não que eu não seja patriota, mas os holandeses têm méritos e time para ganhar a Copa. Inclusive, eles merecem tal título desde o famoso time da "Laranja Mecânica" dos anos 70, liderado por Johann Cruijff que, para mim, é o melhor jogador de futebol da história.

Ainda vimos a polêmica em torno da bola Jabulani. Vimos o desequilíbrio e a derrocada de fortes seleções, como França, Itália e Inglaterra — todas eliminadas sem evidenciar o mínimo de seu potencial.
Há também o destaque de novos nomes. Particularmente, gostei muito do futebol do atacante alemão Oezil e fiquei muito contente com o retorno do ponta holandês Robben às suas manjadas e eficientes jogadas.

Seja como for, espero que seja uma Copa em que jogadas bonitas e marcantes entrem para a história. E que isso seja feito a partir de agora, visto que até então os jogos têm sido chucros e esquisitos.

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