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"O gênio e a natureza fizeram uma aliança eterna: o que o primeiro promete, a segunda certamente realiza".
(Friedrich von Schiller)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Entre o justo e o santo

Não é do meu feitio criticar negativamente as pessoas, principalmente porque sei que dentro delas, até mesmo da mais maléfica, existe uma condição de vida elevada. E a essa condição de vida que presto eternamente minhas reverências.
Um parêntese, porém, precisa ser aberto aqui (não em exceção à minha regra, mas em reiteração a ela) na postagem do Blog.

Fiquei absolutamente chocado — e deveras decepcionado — com o discurso do presidente norte-americano quando da entrega do saudoso Prêmio Nobel da Paz 2009, decorrido a 10 de dezembro de 2009 (ontem). A alegação de que os conflitos armados, em que os EUA estão envolvidos, servem como parte do processo condutor à paz me fez recordar da "Introdução I" deste Blog, escrita ontem mesmo, ainda ignorando do teor de tal discurso. Assiste a mim ressaltar a citação de Fiodor Dostoievski que lá transcrevi, há menos de vinte e quatro horas: "Decididamente, não entendo por que é mais glorioso bombardear de projéteis uma cidade do que assassinar alguém a machadadas".

Além disso, ele ainda declarou que as duas lutas armadas de que os EUA participam formam uma "Guerra Justa". Nada tenho contra a pessoa do presidente dos EUA (eu até mesmo fui a favor de sua eleição), mas, de certa forma, mesmo que seu objetivo — como deve ser o do governante soberano — seja o de proteger o seu povo, mesmo que tenha as melhores das intenções (pode ter sido apenas uma colocação infeliz), a recorrência à guerra não condiz e jamais o fará com alguém recebedor do Prêmio Nobel da Paz. E quanto a Martin Luther King Jr? Fora somente um ingênuo que nada entendia da funcionalidade prática das cousas?
Não criticarei o respeitável presidente, mas, por outro lado, apenas exporei, sob vossa permissão, uma pequena reflexão relativa ao desastroso ocorrido, pois, a exemplo de meu mestre, repudio categoricamente a guerra.

Hoje pela manhã, acompanhando o Jornal Gente (da Rádio Bandeirantes AM), um dos apresentadores (sinceramente, não lembro qual dos três) disse que nós, cidadãos de paz, vivemos atualmente entre a "Guerra Justa" e a "Guerra Santa". Brilhante colocação! Podemos entender que se tornou comum viver rodeado por bombas explodindo, gente morrendo e gente sofrendo as dores da vida contemporânea.

Não podemos controlar os exércitos que, neste exato instante, lançam mísseis contra seus oponentes, mas, com nossas atitudes diárias, podemos mudar isso, aos poucos. Esbanjando gentileza e cordialidade, podemos cativar as pessoas; oferecendo um sincero bom-dia, podemos levar-lhes alegria ao coração; primando o franco diálogo com cada um com quem nos encontrarmos, podeemos agregar conhecimentos, bem como transmitir nossas experiências. E, assim, de modo decerto compassivo, construímos o mundo que desejamos habitar: honroso, decente, cívico e pacífico.
Presidente, conte comigo para mudarmos o mundo. Afinal... "Change: we can believe in"...

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