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"O gênio e a natureza fizeram uma aliança eterna: o que o primeiro promete, a segunda certamente realiza".
(Friedrich von Schiller)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O despertar

Entre mágicas, tabuleiros, quadros e pentagramas, optei pelo ramo que mais se pudesse afigurar a meu ser, casando-o à forma da necessidade implícita sofrida pelo mundo, sem que, por vertência temporal e/ou escrita, se me perfaça a tendenciosa imagem do gênio reprimido que luta pela justiça. Sim, pelo contrário, desejo tais confrontos, mas confrontos diferentes: iniciados em meu ser — ideológicos, por vezes enfáticos — e também por ele e por todas as pessoas, sem exceção.

Certa vez, soube de um honroso dito popular venezuelano que tinha, por primazia, o enfoque na audácia, assim como a coragem, dos seres humanos. Não me lembro exatamente de suas palavras, mas, se me permitem de início, gostaria de realizar uma ínfima paráfrase acerca do conteúdo. Dizia que, ao toparmos com um rio sob a necessidade de atravessá-lo, precisaríamos fazê-lo a nado. Mesmo sem saber o que há dentro daquelas águas, seria imprescindível reunir toda a coragem para nelas se lançar. Apenas desse modo, tornar-se-ia possível a travessia.
Da mesma forma é a vida (bem como tudo que dela se torna fractal), uma vez que não conhecemos em totalidade seu teor e tememos, mais que tudo, a própria morte. Não desejo, por agora, me aprofundar na delicada questão da morte, mas prometo discorrer sobre isso oportunamente. O que quero exprimir com essa analogia é que, mesmo sem ser dotado da devida experiência no ramo das letras, arrisco-me com base nela. Reconheço ser deveras limitado em questões acadêmicas, mas vontade não me falta de querer remoldar o mundo em que vivemos. No entanto, não ignoro a míngua de cumprir tal decreto — compreendamos o sentido desta palavra — da maneira como o mundo o requer, diferente da minha maneira que, a todos, não interessa. Buscando caminhar na mais cônjuge retidão, mantenho o foco no melhor para o mundo como um todo, sem o erro da generalização, que o será, da mesma forma, para mim.

Sonho?
Para alguém embasado no modo de ser dos séculos XVIII e XIX que vive no mundo globalizado, talvez seja, por sonho, o palco a abrigar todas as cenas pertencentes à epopéia da vida humana. Talvez seja este o ponto de chegada e de partida para o pró-romancista que, sem a total eloquencia, humildemente, vos informa. E é decerto o meu querido lar, do qual consigo projetar a quintessência da vitória a que, há muito, aderi e, em particular, rezo para que todos se agremiem.

"A grandiosa revolução humana de uma única pessoa irá um dia impulsionar a mudança total do destino de um país e, além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade".
Daisaku Ikeda [1928~]

Meu querido mestre, o Poeta Laureado do Mundo Dr. Daisaku Ikeda, no prefácio da obra de sua vida, a "Nova Revolução Humana", pôde compor essa imparidade — a presente frase a que vos apresento — com um único propósito: o de cultivar a paz dentro do coração de cada indivíduo que seja em nosso planeta. Perdera o irmão mais velho, morto durante as barbáries da II Guerra Mundial. A partir de então, por sentir em suas entranhas os horrores da agressão à vida, fez o juramento de bradar e lutar pela justiça enquanto vivesse, com base nos ideais do Budismo. Sua ira por conta da guerra permitiu que seu interior se fortalecesse de forma que, nunca mais, nada o viria abalar novamente. Embora sem saúde durante sua juventude, com firmeza, desafiou uma sociedade derrotada japonesa e, sozinho, hasteou a bandeira da vitória no cume do Monte Sumeru¹.

E é por tal representatividade, por honra a pessoas como ele, que coloco-me — às presentes linhas — à disposição da labuta em prol de "Paz, Cultura e Educação", atuando ativamente naquilo que sei que posso fazer: a escrita.

Não deixai, por gentileza, que tal atitude se converta apenas em teoria (é, inclusive, comum associar a escrita ao ser teórico), mas sim em um rugido a ecoar por todos os quadrantes do Universo. Sim! Essa é minha decisão com tal intento! Não recuarei um passo sequer em minha missão!

Desejo, contudo, aprimorar-me cada vez mais, galgando o tortuoso caminho da juventude, vertendo-o numa fonte inesgotável de benefícios, com base nos estudos e no diálogo de vida-a-vida. Por meio do ofício de escritor, expor-me-ei a furiosos ventos que venham a golpear o grande navio que é a Terra.

Por fim, agradeço, sinceramente, pela paciência despendida à leitura deste singelo artigo.

NOTA:

1. "Montanha localizada no centro do mundo, segundo a antiga cosmologia indiana. Acredita-se que o Monte Sumeru eleva-se a uma altura de oitenta e quatro mil yojanas (um yojana equivale a, aproximadamente, sete quilômetros). O deus Shakra habita o topo do Monte Sumeru, enquanto os quatro reis celestiais ocupam os quatro lados da parte inferior dessa montanha. No oceano que rodeia a parte externa do Sumeru existem quatro continentes onde, no sul, encontra-se Jambudvipa [por dedução, o nosso mundo]" (Abertura dos Olhos: explanação. Daisaku Ikeda.; — trad. Elizabeth Miyashiro — São Paulo. Ed. Brasil Seikyo. 2009. pp. 94).

Sobre a presente nota, favor não considerar literalmente as menções mitológicas.

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