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"O gênio e a natureza fizeram uma aliança eterna: o que o primeiro promete, a segunda certamente realiza".
(Friedrich von Schiller)

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Passado em paralelo

(Indo ver você...)
As filas nos ensinam que devemos esperar
(Por que eu não concordo?)
Nunca chega minha vez...
Fico ansioso pra te ver.

Você fez no passado enquanto fiz em paralelo
(Passado tão remoto... Futuro descoberto...)
A água bate em minha tez
E eu ansioso pra te ver.

Ontem, novamente, os cantares inocentes
Do casal de namorados — orações remanescentes —,
Da canoa, da jangada, que atravessam as correntes
Dos temores, das cartadas, que nos acham de repente.

Ouço o seu jeito de falar
Mesmo que hoje não tenhamos conversado
Vejo o seu jeito, seu olhar
No vazio, na inexistência de meus quadros.

Nada mais restou na parede que nunca teve nada,
De nada adiantou erguer um prédio sem escadas.
Óculos sem lentes,
Borboleta sem suas asas,
Tijolo sem cimento,
Estado sem estradas...

E nos amamos como sempre,
Dialogamos como nunca...

Você pintou meu quarto,
Borrou minha maquiagem,
Me fez ser abstrato,

(Tirou minha maquiagem!)
Agora eu existo;
Agora sou verdade.

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