Seja bem-vindo!

"O gênio e a natureza fizeram uma aliança eterna: o que o primeiro promete, a segunda certamente realiza".
(Friedrich von Schiller)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O Quinze

Nova postagem
Levantei hoje por volta das cinco e meia da manhã, me arrumei para ir ao trabalho. Vesti uma das camisetas de que masi gosto: uma marrom clara, com o Jimmy Page estampado à sua fronte. Jimmy Page... Guitarrista da maior banda de Rock da história — Led Zeppelin. Em minha camiseta, ele se posta imponente a segurar, de modo ímpar, sua Les Paul¹ que, perdida entre os dedos de seu parceiro, conflui com ele a que a mágica aconteça. Pérolas como "Achilles Last Stand", "Tea for One", "Nobody's Fault but Mine", "Dazed and Confused" — todas surgiram assim.
A influência de Page se estende a tanta gente... De Eddie Van Halen a Richie Sambora (guitarrista do Bon Jovi) e Slash (guitarrista do Guns n' Roses). E por que não eu? Ele é meu Guitar Hero favorito, ao lado de Stevie Ray Vaughan — o mago do Blues. Que bom que Page ainda está vivo!

Este quinze de setembro seria mais uma quarta-feira como outra qualquer, não fosse o fato de que ela me faz lembrar um sábado; um sábado em específico: aquele quinze-de-maio-de-dois-mil-e-dez, dia em que vi pela primeira vez a mulher com quem quero passar o resto de meus dias e de minhas vidas (nem só os gatos vivem sete vidas; o amor também o faz). Completam-se quatro meses desde aquele primeiro beijo... Desde aqueles primeiros carinhos, enquanto assitíamos aos eventos da Virada Cultural 2010...

Dormi numa calçada de uma "stória" sem igual...

E acordamos ao som da bateria do Krisiun — excelente banda gaúcha de Death Metal — enquanto esta aquecia seus motores para o show, durante o qual fomos informados da morte de Ronnie James Dio — dos maiores nomes da história do Rock. Mas nos recuperamos pelo amor que nos sondava; e fizemos com que a Lua se despedisse de nós e chamasse o seu amante — o Sol. Os dois nos invejavam tanto... Talvez ainda o façam, visto que nunca poderão se beijar, ao passo que fazemos isso o tempo todo, sem nos enjoarmos. Por tanto tempo nós fomos assim, Larissa... Salvo o fato de haver uma tela de computador entre nossas faces, em vez de um planeta. Hoje, talvez, um mundo inteiro sinta inveja da tela do computador, a querer nos separar. O Universo parecia conspirar contra o nosso amor — me tirou de nosso Estado. Mas nem isso me afastou de você. E ainda acham que o dinheiro o faria? E ainda acham que uma simples linha de metrô o faria? O tempo? A vida? Os compromissos talvez? E nós batemos isso tudo, assim como continuamos a fazer um pouco disto a cada dia. Como eu me orgulho por lutar a todo instante pra te ver...

"Queremos ver nossos sonhos
Se tornarem realidade
Pra tudo nessa vida
O que falta é coragem

Pra perceber
O quanto eu quero te ver..."*

E quase que outro Estado te retira de meu mundo... Rumo ao Sul, mar azul. E, sem saber, eu me tornava a "coisa muito importante" a bloquear o seu caminho. Querendo sem querer...

"Meu passado constrói meu presente
Nos teus olhos eu vejo a verdade
O que eu planto eu vou colhendo
Nas trincheiras da vaidade.

Hoje eu só sei
O quanto eu quero te ver..."*

Demos à luz os nossos sonhos. Agimos à luz de nossos sonhos, enquanto cada momento nos prepara pr'o futuro; enquanto essas luzes nos ajudam no escuro. Fico tranquilo por ter você a me guiar. Diz que não erra e só acerta, então se ponha a me chamar.

"Não apague as luzes,
Pois tenho medo do escuro.
Não me deixe aqui sozinho
Nesse abismo tão profundo...

E vem de novo
Essa vontade de te ver..."*

O medo e o frio inexistente me arrepiam. Preciso de você para ter vida. E mais: eu comecei a contar os dias há exatos quatro meses. Tenho a impressão de ter vivido vinte anos inúteis até então, pois nada tem sentido sem você. A vida era um cesto sem sentido.
Quantas pessoas já tentaram nos desanimar... Todos acham que é cedo. Alguns se rendem aos seus medos. Outros, às hipocrisias, tentam impedir que nós vivamos.

"Boas amizades
É o que me interessa
Vivemos num mundo
Que a falsidade impera.

Farsas e facas que cortam o meu coração
Uma lágrima minha seca antes que toque o chão..."*

A dor e o sofrimento; a vida e os momentos — coisas que decerto fomentaram o amor e a paixão. Vem a vontade de ficarmos juntos para sempre — felizes eternamente. Basta ver você chegar para que eu entre no meu mundo — tão quentinho e aprazível, tão fresquinho e especial... Eu vou às nuvens por sentir sua presença; entro em meu mundo navegando em seu olhar...

"E ela vem sorrindo, vem me abraçando
Meus problemas vão sumindo
Quando nós nos encontramos...

E ela vem sorrindo, vem me abraçando
Meus problemas vão sumindo
Quando nós nos encontramos...

(Quando nós nos encontramos...)
De novo..."*

Este quinze de setembro seria mais uma quarta-feira como outra qualquer, se eu não tivesse acordado ao som dos bandolins; se eu não tivesse hoje visto o seu rosto antes de qualquer outra coisa. Acordar e ver você é tão perfeito! Eu vou cuidar para que me tenha novamente a cada dia; para que o 8002 vire lembrança de uma vez por todas. Assim, pra que eu te veja, basta pisar o solo de minha casa, do qual surgiram vários solos de guitarra; no qual cultivo nossas "Flores da Esperança"².
Ao levantarmos, nos acompanhamos pelo ônibus e, também, pelo metrô. Sua benevolência não deixou nos separarmos nem pra dizer "tchau". E, mais uma vez, abandonara sua vida pra ficar comigo, nem que fosse só mais um pouquinho...
Num banco amarelo do ônibus que parte ao metrô Tucuruvi, nos lembramos da música "Ilex Paraguariensis", dos Engenheiros do Hawaii...

"Hoje eu acordei mais cedo
Tomei sozinho o chimarrão
Procurei a noite na memória... procurei em vão
Hoje eu acordei mais leve (nem li o jornal)
Tudo deve estar suspenso... nada deve pesar
Já vivi tanta coisa, tenho tantas a viver
Tô no meio da estrada e nenhuma derrota vai me vencer
Hoje eu acordei livre: não devo nada a ninguém
Não há nada que me prenda

Ainda era noite, esperei o dia amanhecer
Como quem aquece a água sem deixar ferver
Hoje eu acordei, agora eu sei viver no escuro
Até que a chama se acenda
Verde... quente... erva... ventre... dentro... entranhas
Mate amargo noite adentro estrada estranha

Nunca me deram mole, não (melhor assim)
Não sou a fim de pactuar (sai pra lá)
Se pensam que tenho as mãos vazias e frias (melhor assim)
Se pensam que as minhas mãos estão presas (surpresa)

Mãos e coração, livres e quentes: chimarrão e leveza
Mãos e coração, livres e quentes: chimarrão e leveza

... Ilex paraguariensis...
... Ilex paraguariensis..."

O chimarrão virou mingau de arroz com chocolate, pãozinho e café. E eu não com sozinho — tive a companhia do amor (e) do meu amor — o bor.
Divagamos sobre sonhos, "Somos quem podemos ser"... No metrô, fucamos juntos... Banco azul, mar azul, ao som do Blues. Tudo bem até o momento em que o vidro novamente fez questão de nos separar. E nossos sonhos pareceram ser só sonhos... Mas eu os farei realidades. Teçamos as teias do amor do nosso jeito tão errado sem deixar de ter razão. Teçamos as teias do amor à nossa verdade que, mesmo mentirosa, não deixa de ser realidade.

E o que o Jimmy Page em minha camiseta tem a ver com tudo isso?
O quinze-de-maio-de-dois-mil-e-dez poderá nos responder: foi com esta camiseta que te conheci, Lari. A calça que hoje trajo também esta comigo àquela noite. Em homenagem à você!
Falando nisso, que eu seja anacrônico: tocar "Piano Bar" para você pela manhã foi mais que tudo (faltou "Misunderstood").

O
quinze-de-maio-de-dois-mil-e-dez foi heróico, transcendental! Como eu queria retornar àqueles momentos mágicos vividos ao seu lado, em que nem mesmo o mar de gente incomodava. O melhor dia da minha vida! O que posso dizer? Tudo tão perfeito! Mas como você diz, ele já passou, mas ficará eternamente em nossos corações... À lembrança... Para sempre....

Exatas doze horas de hoje. Estou em meu trabalho... Chorando...
(Meio pão-de-cada-dia...)
É bom que o tempo passe, mas a cada dia o q
uinze-de-maio-de-dois-mil-e-dez ficará ainda mais para trás. E nunca mais nós o teremos, nunca mais o viveremos. Mas aqui no meu caderno valerá daqui pra frente... E ai de mim se essa caneta acabar. 'Tá no talo! 'Guentaí, caneta... Só mais um pouquinho...

Nosso quinze é mais sagrado e melhor que o da Rachel de Queiroz, com todo o respeito. Se todos pudessem saber da nossa stória... Talvez seja impossível, pois a nossa trajetória não tem explicação".

Agora eu abro mão de tudo o que for técnica... Às dez pr'a uma, as lágrimas me obrigam a escrever com o coração e não com a caneta (acaba, caneta!)...
Não consigo terminar... Aquele dia tão sagrado nunca sai de minha mente ("melhor assim"...) — o dia em que você se apaixonou por meus olhos infinitos. Fusão! Entre nós, entre certo e errado, verdadeiro Ying e Yang, entre "Misunderstood" e "Piano Bar". Contei pra tanta gente... Depois disso e até hoje. Até menti que namorava antes mesmo de te pedir; tudo só para fazer causa. Eu pediria a você dias depois.

Ao meu redor, todos falando de lembranças. Só eu 'tô escrevendo... Todos conversando. Só eu 'tô escrevendo... Mentira! Escrever por estas linhas é uma forma de conversar com você.

Voltei pelo texto, pra grifar a palavra "Fusão" e me veio à mente a imagem que tenho quando penso em nossa stória: duas partículas ou duas galáxias em altíssima velocidade surreal que se chocam com tudo. Em nosso beijo... Ali foi assim. É assim. Até hoje... Fusão! "Dois" da Tiê!
Sim! Aqui tem espaço! Em minha casa e, sobretudo, no meu coração. Não espaço vazio, nem de sobra... E sim um espaço de tamanho exato, sob medida pra você. Eu te esperei a vida toda, bor... É você!

"Pra você guardei o amor que nunca soube dar"...

Obrigado pelos meus quatro meses de vida!
De um recém-nascido...

"Não se renda às evidências
Não se prenda à primeira impressão
O que não foi impresso continua sendo escrito à mão"³.


NOTAS:
1. Guitarra Les Paul: modelo de guitarra lançado pela marca Gibson, eternizada pelos ícones Jimmy Page e Slash.
2. IKEDA, Daisaku. Flores da Esperança. Editora Brasil Seikyo. São Paulo. Agosto de 2009.
3. Música "Ilusão de Ótica". Banda "Engenheiros do Hawaii". Compositor: Humberto Gessinger.
*. Música "Essa vontade de te ver". Banda PERFEITA SIMETRIA (minha banda). Compositor: Adilson Gallione
4. E que Rachel de Queiroz perdoe a ousadia deste título.


"O Universo conspira em nosso favor,
A consequência do destino é o amor
Pra sempre
Vou te amar.

Mas talvez
Você não entenda
Essa coisa de fazer o mundo
Acreditar

Que meu amor
Não será passageiro
Te amarei de janeiro a janeiro
Até o mundo acabar..."

2 comentários:

  1. Que quinze
    Tão intenso
    Tão perfeito
    Tão singular

    Marcou nossas vidas e todos nossos momentos!
    Amo que Amo
    Seu melhor texto pra mim!
    Te amo demais Bor!!!
    Obrigada pela luta de todos os dias!
    Bjs

    ResponderExcluir
  2. Obrigado pela luta de todos os dias!
    Ooops!!!
    Obrigado por fazer com que eu tenha dias!!!

    Bjus!!!

    ResponderExcluir