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"O gênio e a natureza fizeram uma aliança eterna: o que o primeiro promete, a segunda certamente realiza".
(Friedrich von Schiller)

sábado, 18 de setembro de 2010

Três minutos

Três minutos
E o ônibus já vai sair.
Você já fica aí dentro
Para eu ver você partir...

Três minutos
E o vidro deste ônibus vai te levar embora
Enquanto após alguns minutos ouvirei a plataforma.
Este vidro nos separa,
Mas ainda somos um em uma estrada.

O horário se aproxima e me afasta de você —
Acabarei com tudo isso e isso tudo d’uma vez.
Quero as maravilhas desse seu teatro mágico,
Pois esse seu teatro vai além de meus ensaios.

O que eu faço pra guardar suas relíquias?
Como faço pra seguir a sua pista?

O vidro é uma fase bem depois daquela grade...
É o momento em que o inteiro é sinonímia de metade,
É a fase da escolha entre ver e ser verdade
Ou macromídia que revela a sua face.

“Fechando e abrindo a geladeira
A noite inteira...”¹

Agora sou inteiro só por ser uma metade,
Agora sou desejo de fazer a minha parte.
O vidro me apresenta coisas do meu coração
E faz com que eu saiba que também tenho saudade.

O choro estancado pelo vidro.
Quentura dos pneus apavorando o arrepio
Que me encontra quando vejo
Os seus olhos aí dentro.

Nem mesmo o nome que esse ônibus carrega
Me rendera alguma coisa não-concreta.
E olha que é meu nome aí gravado à lataria,
Mas meu nome em seu peito faz minha noite virar dia.

E os três minutos vão e você parte,
A sensação que vem aumenta a vontade
De te ver mais essa noite
E ser feliz por ter você...


NOTA:
1. Música "Eu preciso dizer que eu te amo". Bebel e Cazuza. Composição: Dé, Bebel e Cazuza.

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