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"O gênio e a natureza fizeram uma aliança eterna: o que o primeiro promete, a segunda certamente realiza".
(Friedrich von Schiller)

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Ah... Como o mundo seria bom...

Ah, como o mundo seria bom
Sem as brigas, as intrigas,
Sem pavor, contradição...
Sem fronteiras nem barreiras.
Sem a dor das nuvens negras...

Ah, minha querida...
Como o mundo seria bom
Sem as lágrimas, discórdias,
Sem a morte, a depressão.

A Vitória pode sim estar em dúvida,
Mas ela não é, em si, a dúvida
E também não é a única
Que tem amor no coração.

Eu queria alimentar um pato num parquinho,
Fazer de nossa dor redemoinhos.
Olhar pra eles, saltitar, cantar, sorrir
Por não sofrer na solidão e perceber que sou feliz.

Queria botar uma carta no correio
Não duvidar, ter mais sossego
E, do amor, ser um eterno passageiro.

Mas acontece que eu sou tal passageiro da tua estante
Bilhetinhos que te mando por "Correio Elegante"
E me trazem coisas belas, mais concretas que diamante,
São razões das mais sinceras,
São dragões d' estórias certas.

Quanto ao nosso mundo...
Ah, minha querida...
Que ruim ele seria
Sem terror pra nos mostrar o que é coragem,
Sem nossa prisão pra nos mostrar a liberdade,
Sem vontades que nos trazem os desejos,
Sem feiúria que nos faz olhar pr'o espelho
(E assim a gente pode se arrumar...)

Ah, minha querida...
Como o mundo seria pútrido, indecente
Sem a dor da perda pra nos dar boas lembranças,
Sem o desespero pra nos dar a esperança,
Sem nossa tragédia que ensina a ter cautela,
Sem que eu seja desprezado e aprenda a surpreender,
Sem que eu sinta a saudade que me faz querer te ver.

E, se ainda assim,
Eu me sentir tão descontente,
Vem, amor, me dá um beijo
E me faz ser tão valente.

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