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"O gênio e a natureza fizeram uma aliança eterna: o que o primeiro promete, a segunda certamente realiza".
(Friedrich von Schiller)

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Saudades

Passo por cada pedacinho que pisaste aqui de casa,
Tento me explodir em meu silêncio às mãos cortadas.
Tento fumar novamente cada um dos teus cigarros,
Tento deglutir, distante, o cheiro e o sabor do teu espaço.

"In toto", não é nuvem essa vida de menino.
Ao menos é refúgio a "solidão de estar sozinho".
Eu me lembro das conversas,
Dos carinhos.
No demais,
Eu me lembro das guerrilhas,
E das brigas,
Tudo o mais...

Mas se eu pudesse escolher voltar atrás,
Eu o faria...
E faria tudo isso novamente.
Como filmes que já vimos;
Como bons comerciais.

De pouco adiantaria ter o Sol como sustento
Se há as noites, os inventos que precisam do luar

Refaço teus caminhos
E me apego àqueles passos
Até aqueles que tu deste sem querer;
Até aqueles que tu deste sem saber,
Se é que se pode saber aonde ir quando se ama...
Se é que se pode ver surgir quando se ganha...

(Testes de caneta...)

Os desenhos, as roupinhas,
Os brinquedos da filhinha...
Ao final de nossas férias, tudo volta ao seu lugar.
As lembranças sempre ficam pra mostrar que quem espera
Acha vida em sua morte e acha meios de sonhar.

(Desenhos a caneta...)

A esperança sempre nasce pra mostrar que há o dia
Que sucede essa noite em que eu me deito sem te olhar.

Dormir em casa se tornou mais apertado — mais real.
Deixei a brisa da manhã se afagar às vestimentas,
Enquanto via toda a vida do garoto surreal,
Que o vento de algum dia carregou a quem te alenta.

Passo por cada pedacinho que pisaste aqui de casa,
Tento me explodir em meu silêncio às mãos cortadas.
Tento fumar novamente cada um dos teus cigarros,
Tento deglutir, distante, o cheiro e o sabor do teu espaço.

Saudades dos meus sonhos a caneta...

(À zero hora do abismo do escuro,
De alguém que descreveu como se vive ao fim do mundo.)

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